Tecnologia do Blogger.

Quem sou eu

Minha foto
Somos um grupo de estudantes indígenas que junto a nossa tutora formamos o PET Comunidades Indígenas localizado na UFBA com o intuito de colaborar na implementação da Lei 11645/08.

Arquivo do blog

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA

O POVO PATAXÓ

TXOPAI E ITÔHÃ

Página Inicial

O que é o PET ?

Teste Teste Teste Teste

NOTÍCIAS DE ÚLTIMA HORA

Teste Teste Teste Teste

Teste Teste Teste Teste

Anuncios!!

sábado, 27 de agosto de 2011

XOÇA MANIFESTO





Você sabia que têm índios Pataxó, Pankararu e Xucuru-Kariri nesta universidade?
Pois fique sabendo que sim!! E todos estão espalhados por diversas áreas do conhecimento: Artes, saúde, ciências humanas e educação; mesmo depois de mais de cinco séculos de exploração, assassinatos e tentativas de extinção. Talvez você não tenha percebido, porque não somos como o índio retratado na Carta de Caminha ou nas pinturas do período colonial.
            A inserção na universidade se constitui hoje como um novo lugar para que nós, povos indígenas, lutemos pela valorização da nossa cultura e do nosso modo de vida, e da nossa sobrevivência enquanto povos diferenciados. Assim, podemos demonstrar que não estamos fadados a desaparecer e que estamos dispostos a lutar pela nossa sobrevivência física e cultural. Por isso, acreditamos que o protagonismo indígena deve ser adotado enquanto ideologia e prática na tomada de decisões que nos afetam, direta ou indiretamente. Desse modo, a participação ampliada dos índios nas esferas de exercício do poder é fundamental.
Por isso entendemos a importância de inserir o debate político sobre as questões indígenas dentro dos espaços da Universidade. Percebemos que a comunidade universitária ignora a realidade e luta dos povos indígenas. Mas não saímos das nossas aldeias para enfrentar esse mundo acadêmico em vão!!! Se a universidade não está preparada para nos receber, nós vamos prepará-la. Não queremos ser apenas “objeto de pesquisa” de uma ciência que nos exclui enquanto sujeitos históricos e produtores de conhecimento. À universidade se atribui um grande potencial de transformação da sociedade e esta deve começar por renovar a si mesma. Entendemos que este deve ser um espaço não apenas que represente a diversidade no discurso, mas que seja efetivamente construído por ela.
Por isso, acreditamos que democratizar é garantir que diferentes concepções e opiniões interajam para construir um ambiente de diálogo e de verdadeiro respeito às diferenças. Um lugar tão importante como a Universidade, será muito mais rico e possível se os sujeitos que constroem esse espaço representarem a própria diversidade das sociedades.
Nós, índios das etnias Pataxó, Pankararu e Xucuru-Kariri, não queremos ser considerados apenas pelo que fomos, por nossas perdas. Nós queremos ser entendidos e respeitados como parte de um processo mais amplo de reelaboração sócio-cultural que nos faz ser o que somos hoje: povos que se diferenciam em vários aspectos, mas que se unem na luta pela manutenção de nossas identidades indígenas, pelo respeito à diversidade étnica, e mesmo pelo direito a existir.
QUEREMOS mostrar quem somos e o que queremos dentro desta universidade.
QUEREMOS fazer HISTÓRIA, engenharia, química, psicologia, economia...
QUEREMOS uma ciência que não nos oprima, mas que nos respeite e valorize.
QUEREMOS manter um dialogo horizontal com a universidade.
QUEREMOS abrir a universidade para as comunidades indígenas.
QUEREMOS assistência estudantil que garanta a permanência dos estudantes que vêem das aldeias, assegurando moradia, transporte, alimentação, material didático.
QUEREMOS pesquisa e extensão diferenciada e voltada para as nossas comunidades, pois não queremos perder o vínculo com nossos povos, nem com a luta geral do movimento indígena.
QUEREMOS A REVERSÃO da língua limitada dos que falam do indígena como bicho, animal sem alma, coisa medíocre, preguiçoso, sem entender que o índio tem muito a dizer e a ensinar..
Ser índio é ser guerreiro, persistente e nunca desistir, é lutar sempre, e a cada dia descobrir uma nova estratégia de sobrevivência.
Nós queremos que as pesquisas e os projetos de extensão sejam utilizados em benefício de nossos povos e por isso percebemos a importância da nossa participação na formulação e execução desses projetos.




← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário